segunda-feira, 30 de setembro de 2013

E O VENCEDOR É...





  Duas reflexões acerca das eleições autárquicas.

Primeira: Os resultados.

Vamos aos factos:
1 - O PSD perde o maior número de votos, mandatos e Câmaras, logo, perde as eleições;
2 – O PS ganha o maior número de votos, mandatos e Câmaras, logo vence as eleições.

   À primeira vista, é esta, a ilação essencial a retirar das eleições. Mas a leitura seria superficial se ficasse por aqui. Senão, vejamos.

   O PSD perde Porto, Gaia e Sintra, três das maiores Câmaras do País, e perde a presidência da Associação Nacional de Municípios. Porém, consegue ganhar Câmaras importantes como Guarda e Braga e aguenta-se razoavelmente bem um pouco por todo o país, à excepção da hecatombe madeirense, onde os locais manifestam finalmente o seu enjoo pelo partido laranja. A sua distância para o PS cifra-se em pouco mais ou menos dez pontos percentuais. Para um partido que conduziu o país ao estado de calamidade em que se encontra e persiste na receita – aliás, vincada no discurso de derrota de Passos, o resultado, sendo mau, não é péssimo.

   O PS, por seu lado, ganha as eleições, mas de nada lhe serve a vitória; é que não bastava ganhar, era preciso esmagar. E o PS não esmagou. Ficou apenas uns dez pontos à frente do seu adversário e a outros tantos da maioria absoluta. É uma vitória murcha.

   O que o PS precisava era de ter no quadro nacional a vitória que teve em Lisboa: Um PS esmagador, com uma clara maioria absoluta, e um PSD vergado a uma derrota humilhante. 50% contra 20%.


   Essa vitória ocorreu, sim, mas não para Seguro. O claro vencedor da noite foi António Costa. O seu discurso de vitória, circunstancialmente local, foi substancialmente nacional. Todos sentiram – os que estavam naquela sala e os que o escutaram pela televisão – que é nele, e não em Seguro, que reside a solução para vencer a direita. Costa conseguiu o resultado que Seguro não alcançou. Faça-se a óbvia leitura.  

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